Tudo o que você precisa saber sobre alfabetização emocional

Hoje, muito se fala em inteligência emocional e educação socioemocional. É papel da escola incentivar e apoiar as famílias no aprendizado e descobertas de crianças e adolescentes, inclusive no âmbito das emoções. Apesar de ser um processo de desenvolvimento particular do indivíduo, ele apresenta aspectos ao mundo exterior e pode permear as mais diversas experiências. Dessa forma, afeta diretamente a prosperidade emocional, intelectual e até social. Aprender sobre as próprias emoções pode influenciar no bem-estar da criança e do adolescente, inclusive na construção de relacionamentos mais fortes e no sucesso escolar.

O caminho da alfabetização emocional

O caminho para levar a alfabetização emocional às escolas insere no currículo escolar o contato direto com as emoções e as relações dadas na vida social. As aulas, a princípio, podem parecer não apresentar novidades aos alunos, e muito menos uma solução para os problemas. Contudo, a abordagem socioemocional trará um grande efeito em longo prazo na vida das pessoas. Como as emoções estão no centro de todo relacionamento importante que temos, devemos ficar atentos também aos sentimentos uns dos outros.

Alfabetização emocional: sentimentos e emoções relacionadas

Um passo para entender como acontece essa alfabetização é compreender que as emoções têm forte relação com os sentimentos.  Estudos sobre neurociência afirmam que as emoções dão origem a sentimentos e ambos estão intimamente relacionados. Assim, uma emoção gera sentimento, da  mesma forma que um sentimento é capaz de gerar emoções. Nesse processo, a consciência de como você reage e se sente a cada emoção, é fundamental para manter o equilíbrio emocional (ARTIGAS, 2017).

O cérebro, essa fantástica máquina

O cérebro humano pode ser moldado e desenvolvido por toda a vida e, assim como comportamentos podem ser mudados e aprendidos, podemos aprimorar e amadurecer sentimentos e emoções através das experiências.

O estado emocional é determinado pelo modo como a pessoa se sente e isso acontece a todo o momento, de forma consciente ou não. A emoção refere-se a respostas corporais e fisiológicas. Você já deve ter sentido isso na prática: sudorese, lágrimas e o coração batendo acelerado! Por sua vez, o sentimento é uma representação interna, cognitiva, consciente ou inconsciente.

Esse estado emocional pode ser percebido desde o início da vida. Nos primeiros anos, a criança já apresenta características próprias de seu componente genético. Essas características a levam a ter um tipo de comportamento com o meio, que pode ser moldado pelas pessoas ao seu redor. Porém, estudos apontam que o estado emocional infantil pode se apresentar inicialmente por meio da reatividade e da autorregulação. Como as crianças têm uma forte tendência a se vincular com as pessoas ao seu redor, demonstrações de afeto, cuidado e carinho as fazem sentir acolhimento, favorecendo seu bem-estar emocional.

Memória emocional armazenada

Ainda na primeira infância, precisamente até os 6 anos, são formadas importantes funções cerebrais, que se aperfeiçoam durante toda vida. Durante essa fase, acontecimentos significativos influenciam diretamente atitudes e escolhas das pessoas na idade adulta. Inclusive, nesse período, a atividade cerebral e o desenvolvimento emocional são intensos. Assim, tudo que acontece na infância permanece e reflete ao longo da vida. Portanto, situações como críticas, maus tratos, comparações e julgamentos podem atrapalhar o crescimento emocional de uma criança. Mais além, pode impactar futuramente seu sucesso na vida profissional e afetiva.

Como álbum: cérebro armazena memória emocional

Não sem razão, o estudioso Daniel Goleman (1995) afirma que o aprendizado não pode ocorrer de forma distante dos sentimentos das crianças. Ser emocionalmente alfabetizado é tão importante na aprendizagem quanto matemática e leitura. Ele afirma ainda que a inteligência emocional é moldada desde a infância e as experiências determinam os hábitos emocionais básicos que governam nossas vidas. Tire você mesmo a prova. Não precisará exercitar muito a memória para resgatar do passado experiências que vieram acompanhadas do aprendizado de emoções.

As emoções são estados internos próprios do ser humano, determinados por sensações, pensamentos, comportamentos e reações subjetivas. As crianças, assim como os adultos, são capazes de sentir uma variedade de emoções. Porém, com pouca idade, não é nada fácil identificar e saber lidar quando essas emoções surgem. Segundo Goleman, “desde criança podemos aprender que sempre há opções e escolhas de como reagir às emoções e quanto mais meios temos para lidar com isso, mais rica é a nossa vida”. De fato, esse repertório é essencial no processo de alfabetização emocional concorda?

Aprendizado no ambiente familiar

Praticado no ambiente familiar, o aprendizado emocional pode melhorar o bem-estar tanto de crianças quanto de adultos. Ademais, essa prática da identificação das emoções em casa pode ser feita através de diversos meios. Uma simples conversa, com o adulto motivando as crianças a expressarem o que e como se sentem; uma contação de história, atentando-se aos personagens; o brincar de bonecas, incentivando a criança para expressarem cada momento; curtir uma música, aliás, essa é capaz inclusive de mudar o estado de ânimo, são algumas práticas possíveis no ambiente familiar.

O mais importante é usar a criatividade e, claro, ficar com os radares ligados. A educação das emoções entre pais e filhos acontece na vivência cotidiana, em momentos que podem gerar os mais diferentes tipos de emoções e sentimentos.

As mais frequentes emoções

Medo, desprezo, ira, alegria, tristeza e surpresa. Essas são as principais emoções facilmente identificadas pelas pessoas através das expressões faciais. Na rotina elas se apresentam constantemente e são expressas de forma universal a todos os indivíduos. Outro estudioso, Paul Ekman identificou essas seis emoções como as principais e que fazem parte do cotidiano infantil. Vamos conhecer melhor cada uma delas?

Emoções são identificadas pelas expressões faciais

Medo: é comum crianças terem medo, real ou imaginário. O medo deve ser abordado para que não seja excessivo e que haja entendimento sobre a importância dele para a autopreservação.

Desprezo: manifesta-se através da rejeição a algo ou alguém. Isso pode ocorrer até mesmo em relação aos alimentos que não são de sua preferência.

Ira: crianças tendem a ficar com raiva quando não obtêm o que querem ou não aceitam algo. Esses momentos podem ser extremamente educativos quando pais demonstram e refletem com elas sobre como estão se sentindo.

Alegria: causa prazer e satisfação. Ela pode ocorrer em situações como ganhar um brinquedo que queria muito, a chegada do pai de uma viagem, resultado de uma prova de matemática no qual se esforçou, um passeio e até mesmo um sorvete do sabor preferido.

Tristeza: crianças podem vir a sentir tristeza com frequência, seja por ficar distante da mãe quando ela sai para trabalhar, por perder um brinquedo ou animal de estimação, pela falta de um amigo que faltou na escola. O diálogo e acolhimento o farão lidar melhor com esta emoção e incentivar a não guardar apenas para si.

Surpresa: gera espanto e a compreensão dela pode ajudar a entender o inesperado e situações novas, como uma notícia que precise ser dada.

A busca da maturidade emocional

As emoções são inerentes ao ser humano e apresentamos as mesmas emoções desde o princípio de nossas vidas. As variáveis são impostas pela maturidade com o qual lidamos com cada emoção.

Assim, uma criança, por ter menos experiências e estar em intenso desenvolvimento, ainda está aprendendo a reconhecê-las. A maneira como reagimos pode ser uma conduta inata ou adquirida e nossas atitudes são determinadas pela forma como controlamos e conduzimos essas emoções. Claro, é muito importante destacar que elas não devem ser reprimidas. Ao contrário, devem ser reconhecidas, administradas e controladas. Assim, teremos melhor manejo delas diante de situações, pessoas e ocasiões.

Maturidade instrui a lidar com as emoções

As emoções podem se manifestar de forma diferente nas pessoas dado o grau de autoconhecimento, bem como de autocontrole. Elas desempenham um papel importante que influencia inclusive nas escolhas que fazemos na vida.

As palavras, por exemplo, são uma maneira de lidar com as emoções, embora não possamos reduzi-las apenas a isso. Um diálogo com muita empatia é um excelente meio de expressar e entender emoções. Quando a gente se comunica de forma empática, podemos aprender mais sobre nós e sobre os outros.

A prática dos 7 Hábitos

Na prática dos 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, de Stephen Covey, é possível identificar muitas maneiras de conhecer as próprias emoções e das outras pessoas. Isso acontece ao conduzir a escolha de nossos comportamentos diante dos acontecimentos. Inclusive, isso pode ser visto logo no hábito 1 (Seja Proativo), como uma forma de exercitar o aspecto socioemocional. Ao compreender que somos responsáveis por nossas escolhas e as consequências delas, podemos ter mais maturidade diante das emoções que podem surgir em consequência de algo que fizemos.

É justamente através dos 7 Hábitos que o programa Líder em Mim trabalha aspectos socioemocionais. Eles promovem aprendizados que se cristalizam na vida através da educação de princípios e valores universais. Mais além, os 7 Hábitos funcionam tão bem na escola quanto no ambiente familiar.

Através de práticas básicas em momentos da rotina, os pais podem criar oportunidades para diálogo mediante acontecimentos, motivando seus filhos a expressarem o que sentem.

Pais e filhos também podem se aprofundar em conhecer preferências, necessidades e limitações um do outro. Podem e devem engajar-se com atividades escolares juntos e reconhecer os esforços realizados. Os adultos conseguem ainda oferecer ajuda e sugestões ao perceber uma dificuldade das crianças. Ademais, conseguem demonstrar curiosidade e acompanhar o aprendizado de seus filhos.

A Árvore dos 7 Hábitos: base do Líder em Mim

Enfim, isso tudo pode ser traduzido em aproveitar momentos de qualidade com a família. Mais além, criar uma relação de amizade e parceria pensando em soluções para situações que se apresentam difíceis nas diversas fases da vida.

Assim, é possível compreender uma emoção em outra pessoa através da empatia, que é capacidade de se colocar no lugar do outro e entendermos como pensam e agem. Dessa forma, a alfabetização emocional acontece e se consolida, cumprindo seu papel fundamental na formação do indivíduo.

Quer saber mais sobre o assunto?

O assunto é vasto e para aprofundá-lo, o Blog Líder em Mim deixa algumas dicas de livros interessantíssimos. Então, anote aí e boa leitura!

O cérebro da Criança – Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson:

O livro é voltado para pais e educadores. Serve como grande ajuda às crianças no processo de amadurecimento de sua inteligência emocional. Traz estratégias para nutrir a mente em desenvolvimento dos pequenos.

Inteligência Emocional – A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente – Daniel Goleman:

Neste livro, Daniel Goleman destrincha o conceito de “duas mentes” – a racional e a emocional – e explica como elas juntas moldam a nossa vida.

Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes – Stephen Covey:

Esse está frequentemente na lista dos best-sellers. Base do programa Líder em Mim, os 7 hábitos trazem lições simples, mas poderosas para uma verdadeira e profunda transformação pessoal.

Inteligência Relacional – Ana Artigas:

O livro aborda as habilidades necessárias para utilizar a inteligência, a autogestão e o autoconhecimento em prol de mais negócios e maior produtividade, ou simplesmente em prol da felicidade.

A Linguagem das Emoções – Paul Ekman:

Esse livro traz ao leitor a oportunidade de aprendizado sobre o controle das emoções, ensinando a identificar os mais diferentes sinais que elas, as emoções, nos mostram.

Fonte: O Líder em Mim

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